Vinícius de Moraes
Chico Buarque
Elis Regina
Elis e Ronaldo Boscoli
Maisa
Nonato Buzar
Tom Jobim
Agildo Ribeiro
Armando Nogueira / Borjalo
Toni Tornado / Arlete Sales
Boni
Carlinhos de Oliveira
Chacrinha / Mãe
Conheci
Ronaldo em meados dos anos 60 na redação de O Cruzeiro. Como eu estava fazendo
uns bicos na Fairplay, a primeira revista masculina brasileira, e gostava de
suas fotos de mulher bonita, andei encomendando a ele algumas dessas fotos para
enfeitar a publicação.
Naquela
época não existiam as grandes produções de hoje, com equipes de mais de 10
pessoas, para uma matéria. Eram o fotógrafo e a modelo em alguma locação
escolhida. Uma casa bonita, uma praia deserta, algum lugar sem muitos
transeuntes.
Como
ele era exclusivo de O Cruzeiro, a cada mês eu inventava um sobrenome diferente
para ele: Ziguis, Plaffs, Sdrufs, Stress....
Lembro
nitidamente de um ensaio com a atriz Darlene Gloria na Floresta da Tijuca, em
que foi praticamente impossível escolher quais fotos publicar, tal a beleza e
espontaneidade da modelo. Ele aprendeu muito com modelos como a Darlene.
Acompanhei
Ronaldo pelos créditos de seus trabalhos. Eram constantes as capas do Ela,
suplemento feminino de O Globo, aos sábados, editado por Nina Chavs. Algumas
fotos ficaram famosas como essa da Maysa olhando o leitor com aquele olhar
fulminante.
Nunca
perdemos contato, sempre nos encontrando profissionalmente ou nos bares que
frequentávamos, o Antônio’s, o Luna e tantos outros. Durante um período, ele
virou piloto de helicóptero, o que chamei de sua fase “Indiana Jones”.
Aproveitava e fotografava indígenas e habitantes da Amazônia. Trabalhando como
fotógrafo e piloto de helicóptero participou de filmagens como a do filme
Moonraker, mais um James Bond, quando foi convidado para pilotar helicópteros
em Hollywood. Não aceitou o convite alegando que lá não tinha um Antonio’s.
(Esta nota é dele).
Nos
últimos 20 anos nossa convivência foi mais intensa, com viagens divertidíssimas
em Petrópolis, Teresópolis, pelo mundo. Ele devia reunir tudo em um livro.
O
acervo de Ronaldo sobre pessoas, suas centenas de amigos, indígenas, povos da
floresta e personalidades do Rio, é um verdadeiro estudo antropológico dos
muitos países que convivem em um mesmo Brasil.
CARA A CARA
Tem
fotógrafo que ao ser chamado de "retratista" responde imediatamente
com um "é a vovozinha!" e exige mais respeito, onde já se viu?
Ronaldo Câmara é de outra estirpe. Sorridente, bem-educado, cavalheiro e
sabedor das coisas, ao ser chamado de retratista ele manda um "com muita
honra".
Ele
é retratista assumido, no bom sentido da expressão. Rotula-se assim pelo
orgulho de reconhecer que há alguma coisa além do refinamento de ajustar as
lentes e afinar o foco. Tente copiá-lo seguindo apenas os manuais de ajustes
técnicos da boa fotografia. Vai sair direito, mas triste. Faltará alma,
borogodó. Só os críticos de sensibilidade muito simples acham que tudo não
passa de uma operação banal, de seguir as ordens dos fotômetros a respeito da
luz, do diafragma, e apertar o dedo na cara da vítima. O bom retrato é mágica
mais delicada.
Eu
gosto dos retratos de Ronaldo Câmara porque, além de dominar toda essa técnica
de filtros, obturadores e ASA, ele é o tipo do fotógrafo que chega junto do seu
personagem. "Chega junto" no sentido físico mesmo da operação. Ele parece
ter nessa aproximação de corpos uma vontade de mostrar por dentro o sujeito que
está à sua frente e passar a intimidade dele para quem vê a foto depois. Um
título para o seu trabalho poderia ser "cara a cara".
Ronaldo
gosta de usar, embora eu não seja bom nessas especificações do seu ofício, uma
meia-tele. Isso aumenta a sensação de ele estar a um dedo do fotografado. Fica perto,
mas deixando, com o artifício da tele, um espaço para que ele e o retratado respirem.
E assim, como se nada estivesse acontecendo, ninguém se inibindo com a presença
dos cliques, ele deixa que as coisas se eternizem com suavidade. Não é só a
fotografia, é a relação.
Eu
gosto dos retratos de Ronaldo Câmara porque passam a impressão de que por trás
da câmera há alguém que gosta de quem está à frente dela. Um ser humano que
gosta de gente em geral e gosta de vê-las olho no olho. Outro título para seu
trabalho poderia ser "quanto mais perto melhor". Nada de grande
angular ou muitos adereços completando a cena, tirando o brilho do personagem
central.
Em
meio século de cliques - responsável por uma galeria impressionante de retratos
definitivos de mulheres lindas e homens talentosos -, ele deixou a vaidade de
lado. Ronaldo privilegia o sucesso visual do fotografado. Joga a favor. Não é
pouco elogio numa profissão que inventou tantos fotógrafos célebres, ridículos
projetos de tiranos escondidos em seus divinos cliques.
Ronaldo
Câmara é cúmplice de quem lhe vai à frente das lentes. Nada de pose bizarra,
nada de complicação que faça com que o fotógrafo brilhe mais do que o
fotografado. Pede que você sorria, ou fique sério, ou levante mais o queixo, ou
os ombros. Ele não complica. E sempre enchendo o quadro da foto com o rosto ou
o corpo do retratado, para que não haja dúvidas de quem é a grande estrela
daquele trabalho.
Eu
já tive o retrato feito por esse grande retratista e sei do que estou falando. Eu
sorri. Dei a cara ao clique. Relaxei. Ronaldo Câmara quer que você fique bem na
foto.
Pelé
Ana Lucia Capanema
Ana Silos
Ascânio MMM
Carlos Lyra
Carmem Costa
Eleonora Melo
Eloa
Jorge Ben
Joy Garrido
Lygia (andar pela praia...) Marina
Maria Raquel
Maria Lucia Dahal
Billy Blanco
Burle Max
Carmem Mayrink Veiga
Chico Caruso
Chico Pinheiro
Daniel Filho
Daniel Mas
Di Cavalcante
Domingos de Oliveira
Agnaldo Timoteo
Gabriel Pensador
Rogeria
Antonio Pedro
Alcau Valença e Yane
Joãozinho Orleans e Bragança
Frei Beto
Ancelmo Gois
Eliana Pìtman
Eliane Thompsom
Gal Costa
Gloria Menezes
Hilde Angel e Plinio Marcos
Ico Castro Neves
Tatu Gabus Mendes
Imperial
Ivan Lessa
Jacques Costeau
Jardel Filho
Kadú Moliterno
Léo Jaime
Liza Minelli
Ziraldo e Miele
Lucio Rangel
Marina Montini
Ziraldo, Veríssimo e Zuenir
Roberto Bomfim
Silvinha Poyares
Tarcício Meira
Toni Ramos
Vera Ficher
Véio Zuza
Zé Keti
Ziraldo e Chico Anísio
Ana Silos
Ascânio MMM
Carlos Lyra
Carmem Costa
CildoMeireles
Denise DumontEleonora Melo
Eloa
Jorge Ben
Joy Garrido
Lygia (andar pela praia...) Marina
Maria Raquel
Maria Lucia Dahal
Billy Blanco
Burle Max
Carmem Mayrink Veiga
Chico Caruso
Chico Pinheiro
Daniel Filho
Daniel Mas
Di Cavalcante
Domingos de Oliveira
Agnaldo Timoteo
Gabriel Pensador
Rogeria
Antonio Pedro
Alcau Valença e Yane
Joãozinho Orleans e Bragança
Frei Beto
Ancelmo Gois
Eliana Pìtman
Eliane Thompsom
Gal Costa
Gloria Menezes
Hilde Angel e Plinio Marcos
Ico Castro Neves
Tatu Gabus Mendes
Imperial
Ivan Lessa
Jacques Costeau
Jardel Filho
Kadú Moliterno
Léo Jaime
Liza Minelli
Ziraldo e Miele
Lucio Rangel
Marina Montini
Ziraldo, Veríssimo e Zuenir
Roberto Bomfim
Silvinha Poyares
Tarcício Meira
Toni Ramos
Vera Ficher
Véio Zuza
Zé Keti
Ziraldo e Chico Anísio
Emile Mae
Emile Mae
Emile Mae
Emile Mae
Emile Mae
Emile Mae
Menino do Juruá
Menino do Amapá
Menina do Juruá
Menino de Siderama
Povo Araras
Beiços de Pau
Povo Araras
Povo Beiço de Pau
Um comentário:
Sensacional! Nos mostra com a sensibilidade de um artista, toda a inocência e força dos índios! Muito bom!
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